AS LUTAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: ENSAIO SOBRE AS PRÁTICAS DAS LUTAS E O DISCURSO DE UM CONTEÚDO DE LUTAS

Autores

  • Marcos Roberto So Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas (IFSULDEMINAS) - Campus Muzambinho/MG Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  • Gilson Santos Rodrigues Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  • Elaine Prodócimo Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

DOI:

https://doi.org/10.21439/refise.v3i1.103

Resumo

A partir do “movimento renovador” e da abordagem culturalista, as lutas têm se legitimado como um conteúdo nas aulas de Educação Física. Nesse sentido, cabe questionar: será que as práticas das lutas nas escolas se deram somente a partir do “movimento renovador”? Em caráter de ensaio, a partir de revisão parcial da literatura, o objetivo deste trabalho é apresentar uma reflexão a respeito da presença das práticas das lutas na Educação Física escolar. Os resultados indicam que a presença das práticas das lutas não é um fenômeno derivado do “movimento renovador”, visto que as fontes do atual estudo indicaram a presença da esgrima nas aulas de gymnastica desde meados do século XIX. Todavia, diferente dos tempos atuais, as práticas de lutas eram atravessadas por discursos higienistas e civilizatórios. Conclui-se que, conhecer a história das formas de presença das lutas na escola básica, torna-se fundamental para poder lograr um espaço definitivo deste conhecimento na Educação Física escolar.

Palavras-chave: Luta; Esgrima; Movimento Renovador; Educação Física escolar.

Biografia do Autor

Marcos Roberto So, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas (IFSULDEMINAS) - Campus Muzambinho/MG Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Professor dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física do IFSULDEMINAS –
Câmpus Muzambinho. Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da
Universidade Estadual Paulista (UNESP, Presidente Prudente-SP). Licenciado e bacharel em
Educação Física pela Universidade Estadual Paulista (UNESP, Bauru-SP). Atualmente é
estudante de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade
Estadual de Campinas. Integrante dos Grupo de Estudos em Educação Física EscolaR
(Unicamp/CNPq) e participante do Grupo de Pesquisa Margem (Unicamp/CNPq). Desenvolve
trabalhos de investigação na área de Educação Física escolar, com ênfase nos seguintes temas:
lutas, relação com o saber, alunos, ensino médio.

Gilson Santos Rodrigues, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Possui graduação - bacharelado (2014) e licenciatura (2015) - em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas e mestrado em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (2018).  É membro do grupo de estudos e pesquisas das artes circenses (CIRCUS) e do Grupo do Grupo de Estudos em Educação Física no Desenvolvimento Infantil  (GEEFIDI). Atualmente é doutorando em Educação Física pela Faculdade de Educação Física. Tem experiência na área de Educação Física, com ênfase em Educação Física, atuando principalmente nos seguintes temas: circo, pedagogia, pedagogia das atividades circenses, jogos circenses, jogos, lúdico, aéreos, arte-educação e Educação Física.

Elaine Prodócimo, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Possui mestrado em Educação Especial (Educação do Indivíduo Especial) pela Universidade Federal de São Carlos (1994) e doutorado em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (2002). Atualmente é livre docente da Universidade Estadual de Campinas. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Física Escolar, atuando principalmente nos seguintes temas: educação física escolar, escola, violência, educação infantil e jogo.

 

Referências

BETTI, M. Educação Física e sociedade: a Educação Física na escola brasileira. São Paulo: Hucitec, 1991.

BRASIL, Ministério da Educação e Desporto. Secretaria do Ensino Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: educação física- 5ª a 8ª séries. Brasília: MEC, SEF, 1998.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em 13 maio 2020.

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992.

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ESGRIMA. Regras para competições. Rio de Janeiro: CBESGRIMA, 2017. Disponível em: http://cbesgrima.org.br/wp-content/uploads/2018/01/regulamento-tecnico-esgrima-fie-dezembro-de-2017.pdf. Acesso em 13 maio 2020.

COSTA, L. H.; SANTOS, M. S.; GÓIS JUNIOR, E. O discurso médico e a Educação Física nas escolas (Brasil, século XIX). Revista Brasileira de Educação Física e Esporte (Impresso), v. 28, p. 273-282, 2014.

CUNHA JUNIOR, C. F. Os exercícios gymnasticos no Collegio Imperial de Pedro Segundo (1841-1870). Rev. Bras. Ciênc. Esporte. v. 25 p. 69-81 2003.

CUNHA JUNIOR, C. F. Organização e cotidiano escolar da “Gymnastica” uma história no Imperial Collegio de Pedro Segundo. Perspectiva. v. 22 p.163-196 2004.

FERREIRA, H. S. As lutas na educação física escolar. Revista de Educação Física / Journalof Physical Education, v. 75, n. 135, 2006.

GASPAROTTO, G. S.; SANTOS, S. L C. D. Produção científica nacional sobre o ensino de lutas no ambiente escolar: estado da arte. Revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, Campinas, v. 11, n. 4, p. 112-124, out./dez. 2013.

GÓIS JUNIOR, E; BATISTA, J. C. F. A Introdução da Gymnastica na Escola Normal de São Paulo (1890-1908). Movimento (UFRGS. Impresso), v. 16, p. 69-85, 2010.

KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Unijuí, 1994.

MACHADO, T. S.; BRACHT, V. O impacto do movimento renovador da educação física nas identidades docentes: uma leitura a partir da “teoria do reconhecimento” de Axel Honneth. Movimento (ESEFID/UFRGS), v. 22, n. 3, p. 849-860, 2016.

MEDINA, J. P. S. A educação física cuida do corpo e... “mente”: Novas contradições e desafios do século XXI. 26. ed. Campinas: Papirus, 2013.

OLIVEIRA, V. M. O que é educação física? 11. ed. São Paulo: Brasiliense, 2004.

PARANÁ (Estado). Educação física: ensino médio. 2. ed. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação, 2006.

PERNAMBUCO (Estado). Secretaria de Educação. Parâmetros Curriculares de Educação Física do Estado de Pernambuco.Pernambuco: SEE, 2014.

PROST, Antoine. Doze lições sobre a história. Belo Horizonte: Autentica, 2008.

RIO GRANDE DO SUL (Estado). Secretaria de Educação.Lições do Rio Grande: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Rio Grande do Sul: Secretaria de Estado da Educação. Departamento Pedagógico, 2009. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000011650.pdf. Acesso em: 01 de set. 2018.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Proposta curricular do estado de São Paulo: educação física – ensino fundamental ciclo II e ensino médio. São Paulo: SEE, 2009.

SOARES, C. L. Educação Física escolar: conhecimento e especificidade. Revista Paulista de Educação Física, p. 6-12, 1996.

SOARES, C. L. Imagens da educação no corpo: estudo a partir da ginástica francesa no século XIX. 4. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2013.

Downloads

Publicado

02-09-2020